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15 de outubro de 2015

Isto não é uma resenha de A Arte de Pedir da Amanda Palmer

Isto é uma declaração de amor.


 Sabe, sou dessas que gosto de dizer: “odeio livros de auto-ajuda”. porque me parecia de auto-ajuda a princípio.

Mas Amanda, com sua auto-biografia e suas lições maravilhosas sobre vulnerabilidade, humildade, atrevimento, atitude e um milhão de outras qualidades, proporcionaram muito mais que auto ajuda.

Profunda reflexão, verdades incontestáveis e sacudidas fortes em opiniões enraizadas a muito por aqui.


A singularidade da Amanda como artista vai se revelando ao longo do livro e o que conecta ela aos fãs em todo mundo te faz também se conectar com tudo que ela busca passar, mesmo sem você nunca ter ouvido uma musica dela (que era o meu caso).

Do ponto de vista de alguém que exala extrema confiança nos outros e que se dá de corpo e alma para sua arte, Amanda nos ensina sobre a importância de gratidão, da conexão entre almas e também do reconhecimento do momento em que é necessário romper esse laço.


Um camponês está sentado na varanda de casa, à toa.
Um amigo aparece para cumprimentá-lo e ouve um som medonho, um ganido agudo e prolongado, vindo de dentro da casa.
— Que som pavoroso é esse? — pergunta o amigo.
— É o meu cachorro — responde o camponês. — Está sentado num prego.
— Mas por que ele não levanta e sai dali? — quer saber o amigo.
O camponês pensa e então diz:
— Ainda não dói o suficiente.


Amanda fala de autoconhecimento e da necessidade de pararmos definitivamente de nos auto-sabotarmos com nossas inseguranças e medos que só existem dentro das nossas cabeças. Nossa patrulha da fraude que não cala a boca um dia sequer.

E, é claro, ela fala das entrelinhas silenciosas que existem entre as pessoas no ato de pedir. Pedir qualquer coisa, dinheiro, trabalho, atenção, cuidado, amor... do quanto é vulnerável o ato de pedir mas que, veja só, vulnerabilidade não é esse bicho papão que a gente costuma pintar. Pelo contrário, há coragem e ousadia no ato de ser vulnerável e precisamos urgentemente desmistificar isso.

casada com Gaiman ainda por cima <3

Vivemos num mundo tão louco, onde relações dia após dia estão sendo estraçalhadas por falta de muitos desses conceitos e tantos outros que ela joga na nossa cara durante o livro... às vezes com carinho, as vezes com força... Ela encontra o jeito certo pra fazer cada uma daquelas mensagens de atingir no ponto certo.

Amanda, sei que você nunca vai ler isso, mas, obrigada. Queria escrever isso no seu corpo inteiro com caneta lavável, mil vezes obrigada. Eu aceito as rosquinhas.




"Pedir ajuda sentindo vergonha significa:
- Você tem poder sobre mim.
Pedir ajuda com condescendência significa:
- Tenho poder sobre você.
Mas pedir ajuda com gratidão significa:
- Temos o poder de nos ajudar mutuamente."

3 comentários:

  1. AI ESSA MULHER. AI ESSE CASAL. ♥

    Esses dias mesmo eu tava assistindo no youtube os discursos que Amanda e Neil Gaiman deram em faculdades, pra me motivar, e fiquei morrendo de vontade de ler esse livro. Acho que entrar aqui e dar de cara com esse post é um grande sinal.

    Beijos.

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    Respostas
    1. Só posso adiantar que muitas cutucadas e feridas serão abertas e também curadas! LEIAAAA!! beijos!!

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  2. fiquei com MUITA vontade de ler esse livro também!

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