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2 de fevereiro de 2016

Clube do Livro GWS – “Quarto” de Emma Donoghue

Estou participando desde o fim do ano passado deste clube do livro do blog Girls With Style. O principal objetivo do grupo esse ano é ler apenas livros escritos por mulheres o que eu achei maravilhoso. É escolhido um livro por mês e nós compartilhamos no grupo o que achamos do livro. 

Em fevereiro o tema era Oscar e os dois livros concorrentes eram Carol da escritora Patricia Highsmith, que deu origem ao filme que disputa 6 indicações ao Oscar esse ano inclusive o de melhor roteiro adaptado; E Quarto que foi o grande vencedor da votação.

O livro foi escrito por Emma Donoghue e também deu origem ao filme que concorre a estatueta de melhor roteiro adaptado, tendo sido inclusive o roteiro escrito pela própria autora. 

Bom, eu AMEI o livro. DEVOREI em um dia! A história é pesada. Uma garota sequestrada por um maluco que a mantém em carecer privado por 7 anos sofrendo entre outros, abuso sexual.  Desses estupros ela engravida, e esse filho, Jack, tem 5 anos quando história começa. E o mais curioso deste livro: a história é toda contada pelo garoto. Do ponto de vista de uma criança que cresceu encarcerada e só conhece aquele quarto. Que cresceu entendendo as coisas a partir do que vê na televisão. Para que ele crescesse sem viver a mesma angústia que ela por estar encarcerada num quarto sem janelas e as mínimas condições, a mãe precisou criar toda uma realidade paralela, algo meio caverna de Platão para explicar o mundo ao Jack. Até que ela percebe que ele é única chance que eles tem de fugir dali e elabora todo um plano de fuga.

Enxergar o mundo sob o olhar de Jack as vezes angustia, as vezes encanta, as vezes faz rir, e as vezes faz chorar, mas sempre mexe com a gente de alguma forma. 


Quando eu digo pra ela o que estou pensando e ela diz pra mim o que está pensando, nossas ideias de cada um pulam na cabeça do outro, que nem lápis de cera azul em cima do amarelo, que dá verde.


O que fez o Menino Jesus começar a crescer na barriga da Maria foi um anjo que desceu  voando que nem um fantasma, só que um fantasma superlegal, com penas. A Maria ficou toda surpresa e disse “Como é possível?”, e depois “Está bem, assim seja”. Quando o Menino Jesus pipocou da vagina dela no Natal, ela colocou ele numa manjedoura, mas não para as vacas comerem, só para elas deixarem ele aquecido com seu bafo, porque ele era mágico.

Fui correndo também para assistir a adaptação pra fazer aquele julgamentozinho e saber se fez jus a obra. E FEZ! É um daqueles casos que as mudanças não apenas não incomodam como também favorecem a forma de contar a história no cinema. O filme é emocionante (pelo menos eu chorei rsrs).


 
Jack nos proporciona uma forma tão crua de ver o mundo, tanto no livro quanto no filme, que a partir daí somos convidados a muitas reflexões importantes sobre nosso mundo  e sobre como vivemos, sobre nossos próprios cárceres.

Recomendo demais tanto o livro quanto o filme, é pra ler/ver já!


Somos como pessoas num livro que ele não deixa mais ninguém ler.





 


Um comentário:

  1. Quando li a resenha em um outro blog, achei o tema forte... E ainda não assisti, mas está anotado aqui porque quero conhecer essa história ^^

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E aí? o que você achou?

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