Olhar no Vazio

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Tô sumida eu sei. Mas na verdade não é só do blog sabe. Tô meio que me isolando do mundo mesmo e finalmente percebendo que isso não é bom.

É como se estivesse há semanas e semanas apenas vivendo minha vida no automático com os olhos vidrados no vazio.

Uma série de coisas aconteceu nesse final de 2015. Eu fiz aniversário dia 01, meus 30 anos, que já estavam planejados pra serem bem comemorados. Mas a vida veio me mostrar que "queridinha não é bem assim".

Minha avó, minha vovó tão ativa, tão engraçada, tão única, tão amada, amanhã completa um mês numa uti de hospital. Em coma, cheia de fios e tubos... Só tive coragem de ir visitar duas vezes e chorei a visita inteira. Ela sempre disse que não queria ficar em cima de uma cama. Logo ela que acordava tão cedo, que varria a rua inteira não sei pra quê, que cuidava daquela casa dela com tanto cuidado, que sempre cuidou da gente com tanto amor. Que saudade do seu abraço com cheirinho de talco, vovó. De te gritar no portão e ouvir você responder lá de dentro: "já vooou".

E foi assim meu ano novo. E meu aniversário. E tá sendo assim meu janeiro.

Eu aqui a 270 km de distância da minha família sem poder ajudar, mesmo sabendo que não há muito a ser feito a não ser esperar.

A academia virou meu rivotril. E a rotina vai esmagando os sentimentos pra eles ficarem bem pequenininhos e ficarem mais fáceis de engolir com as pílulas pra enxaqueca.

Mas prometo voltar mais. A gente precisa mesmo ressignificar as situações e entender a lições.

A gente precisa seguir a vida apesar dos pesares.

Bora botar um sorriso no rosto e seguir porque ele pode ser forçado nas primeiras vezes mas depois o rosto vai se acostumando e mente vai entendendo que a vida é assim e não dá pra parar.