Encarando os demônios interiores

Eu poderia ficar aqui horas escrevendo um monte de desculpas e baboseiras sobre o porquê estive sem escrever no blog por tanto tempo.

Poderia dizer que é porque tô sem tempo, ou porque minhas férias tão chegando e o cansaço tá extremo, que é porque tô sem assunto ou que meu computador tá quebrado.

Ele realmente tá esquisito. Só funciona com a bateria conectada nele e o conector só funciona se estiver na posição 32° alinhado com saturno em eclipse solar. Mas não é isso. Eu sei que não é.

Eu estava mal. Eu estou mal. E parece que escrever é abrir meu coração de uma maneira que me expõe mais que eu gostaria para o momento.

Mas quer saber, comecei a perceber que talvez essa seja parte da minha cura também. Então estou eu aqui de volta.

Tenho aprendido a duras penas a conviver com meus “demônios” internos e tenho tirado algumas lições disso que talvez possa compartilhar.

1. Aceite as situações que você não pode mudar

Às vezes na vida nos deparamos com momentos, lugares, pessoas que não podemos mudar ou nos afastar. Isso nos faz sofrer, isso tira nossa paz, isso gera stress, azia, má digestão.  Mas o que tenho aprendido é que se não dá pra mudar precisamos, muito mesmo, neutralizar.

Isso não significa necessariamente que você estará acomodado. Mas só de não pensar o tempo todo nisso já ajuda, sabe.

Eu sou uma dessas que quando tenho uma situação me incomodando penso o tempo todo no assunto, não como pensando no assunto, não durmo pensando no assunto e não consigo fazer nada. Tenho aprendido que simplesmente não dá pra viver assim. Precisamos MESMO fazer a Frozen e LET IT GO. 

Não é se acomodar, mas tentar viver a vida além daquela situação ou daquele alguém de forma que seus dias não passem sem serem aproveitados.

2. Se aproxime mais da família e das pessoas que são realmente importantes

Uma coisa que tenho percebido é que o clichê se confirma sabe. Quando você passa pelos momentos difíceis da vida é realmente quando você percebe quem se importa com você de verdade.

É um grande momento para simplesmente eliminar da vida quem não se importa com você e aproveitar o tempo, que está cada vez mais escasso atualmente, com gente que te acrescenta, que te ouve, que se está com você ali enquanto as lagrimas escorrem e você não consegue completar as frases, também vai estar nos momentos em que os sorrisos estiverem de orelha a orelha.

3. Seja aberto e busque ajuda. Até médica, se necessário.

"você não pode se livrar de seus medos... mas pode aprender a viver com eles"

O ser humano é muito frágil. Nem sei como a gente se atreve a achar que somos grande coisa nesse planeta. Essa nossa capacidade de pensar, sentir, planejar, joga muitas vezes contra nós.

E chega um momento que a situação que nós estamos passando faz que nós cheguemos à borda das nossas emoções. Começa a ficar física a parada. Tudo fica sem cor, sem sabor, sem cheiro. O que é diário e banal vira uma batalha. Uma batalha da mente contra ela mesma.

Nessas horas a gente se questiona o tempo todo se estamos loucos, se vão rir da nossa cara, se vão nos mandar parar com a frescura e nossa tendência é se fechar que nem ostra. Medo.

Nessas horas falar é como se algo que estava apertando o pescoço afrouxasse o aperto e você começa a perceber que não está sozinho nesse mundo de tantos medos. Que é muito mais fácil falar sobre eles com as pessoas certas, que talvez seja mais fácil aprender a conviver com eles que simplesmente manda-los embora. Porque, veja só, às vezes eles são parte de nós, parte da nossa estrutura e não tem como deixá-los ir...