Despertador toca. Função soneca, mais cinco minutos que
parecem cinco milésimos de segundo. Banho. A primeira roupa que tiver pela
frente. Relógio de ponto. Café ruim. Caixa de entrada. Telefonemas. Reunião. Whatsap.
Relatório. Almoço no Quilo. Papo furado. Documentos. Transporte público. Música.
Casa. Cansaço. Comida. Sono. Cama. Despertador Toca.
Não sei você, mas às vezes me sinto no piloto automático.
Quando vejo trinta dias se passaram e não consigo me lembrar de absolutamente
nada significativo que tenha acontecido.
Como se a rotina amortecesse os sentidos e até mesmo tirasse
o gosto bom das coisas nas quais antes você sente prazer.
Como se tudo ficasse insosso e nada realmente fosse capaz de
te reanimar.
Ando necessitada de um desfibrilador de alma. Uma música que
me grude e me agite, um livro que me envolva e não me largue, uma ansiedade que
me faça sonhar acordada, uma expectativa que vire do avesso, uma discussão que mude
minhas perspectivas.
Mudança.
Meu pai sempre me disse “minha filha nunca se acomode”.
Cresci acreditando que acomodação é algo ruim, nocivo, tóxico.
Acho que o piloto automático é um escape da minha mente que ta
dizendo pra mim: "olha, miga, não há nada que você possa fazer pra mudar agora.
Se acalma ai. Não pensa muito."
Não to pensando. Tô vivendo...
E sabe o pior?É que não existem muitas alternativas... à não ser que você trabalhe como blogueiro de viagem, e esteja a cada semana em um lugar diferente, sem rotina, pq de resto, a gente vai viver uma rotina e ligar o piloto automático cedo ou tarde. Mas viver com isso também pode ser ok.
ResponderExcluirO pior é que esse piloto faz um mal pra gente e só sentimos quando paramos de vez por algum motivo (no meu caso: desemprego)
ResponderExcluirÉ horrível essa sensação, dos dias passarem e a rotina prevalecer =/