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29 de abril de 2015

Piloto automático

Despertador toca. Função soneca, mais cinco minutos que parecem cinco milésimos de segundo. Banho. A primeira roupa que tiver pela frente. Relógio de ponto. Café ruim. Caixa de entrada. Telefonemas. Reunião. Whatsap. Relatório. Almoço no Quilo. Papo furado. Documentos. Transporte público. Música. Casa. Cansaço. Comida. Sono. Cama. Despertador Toca.

Não sei você, mas às vezes me sinto no piloto automático. Quando vejo trinta dias se passaram e não consigo me lembrar de absolutamente nada significativo que tenha acontecido.

Como se a rotina amortecesse os sentidos e até mesmo tirasse o gosto bom das coisas nas quais antes você sente prazer.

Como se tudo ficasse insosso e nada realmente fosse capaz de te reanimar.

Ando necessitada de um desfibrilador de alma. Uma música que me grude e me agite, um livro que me envolva e não me largue, uma ansiedade que me faça sonhar acordada, uma expectativa que vire do avesso, uma discussão que mude minhas perspectivas.

Mudança.

Meu pai sempre me disse “minha filha nunca se acomode”. Cresci acreditando que acomodação é algo ruim, nocivo, tóxico.

Acho que o piloto automático é um escape da minha mente que ta dizendo pra mim: "olha, miga, não há nada que você possa fazer pra mudar agora. Se acalma ai. Não pensa muito."

Não to pensando. Tô vivendo...

Despertador toca....

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2 comentários:

  1. E sabe o pior?É que não existem muitas alternativas... à não ser que você trabalhe como blogueiro de viagem, e esteja a cada semana em um lugar diferente, sem rotina, pq de resto, a gente vai viver uma rotina e ligar o piloto automático cedo ou tarde. Mas viver com isso também pode ser ok.

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  2. O pior é que esse piloto faz um mal pra gente e só sentimos quando paramos de vez por algum motivo (no meu caso: desemprego)
    É horrível essa sensação, dos dias passarem e a rotina prevalecer =/

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E aí? o que você achou?

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